Arquitetura resiliente ao clima
- gabrielaregoarq
- 4 de out. de 2024
- 2 min de leitura
Nos últimos tempos tenho visto pessoas ao meu redor falar sobre o sentimento de impotência que sentem em relação à realidade climática alarmante que estamos vivendo. É um sentimento que compartilho, que me incomoda, principalmente, pela urgência que observamos ser necessária. A aflição se encontra no desespero de fazer algo agora, mas não saber o que fazer e nem por onde começar.
Apesar de muitas coisas não estarem ao nosso alcance, algumas felizmente estão. Para mim, alinhar o meu trabalho a esses sentimentos genuínos de esperança na mudança, de expectativa de qualidade de vida, que envolve inclusive uma perspectiva de futuro, é o que hoje tenho ao meu alcance.

A arquitetura pensada dentro de diretrizes sustentáveis, proposta para contribuir com o enfrentamento de adversidades climáticas - capacidade de recuperação, adaptação e resistência é o que hoje entendemos como arquitetura resiliente ao clima.
De forma prática, uma arquitetura resiliente à seca propõe um uso eficiente da água - aproveitamento de água da chuva, reuso de água, equipamentos hidráulicos com vazão adequada.
A resiliência a ondas de calor exige da arquitetura soluções de ventilação natural, escolha de materiais que reflitam ou capturem calor solar, criação de áreas sombreadas e elevação das construções.

Em relação a enchentes, inundações e/ou aumento do nível do mar as diretrizes resilientes englobam a elevação das construções através de sistemas tradicionais ou ainda com tecnologias que permitam a flutuação em momentos de emergência.
Porém, invariavelmente, em todas as situações a preservação de áreas verdes e implementação de novas, como jardins com espécies nativas e telhados verdes, representam soluções arquitetônicas resilientes. Portanto, mitigando o impacto das condições climáticas adversas.
Finalizo reafirmando que a arquitetura resiliente deve abrir caminhos para que nós, como sociedade, sejamos resilientes. Através da transformação das nossas construções e da implementação de novas, podemos criar espaços, cidades e cidadãos mais resilientes.
Gabriela Rego, arquiteta incomodada e resiliente.
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